Rita Queiroz
É natural de Salvador, Bahia. Professora universitária, filóloga (pesquisadora do manuscrito), poeta. Autora dos livros “Confissões de Afrodite”, “O Canto da borboleta”, “Canibalismos” (Penalux, 2019, 2018, 2017), “Ciranda, cirandinha: vamos brincar com poesia?” (Infantil) e “Colheitas” (Darda, 2019, 2018). Organizadora de coletâneas. Colunista na Revista Cultural Evidenciarte. Integrante de diversas antologias, no Brasil e no exterior, e dos coletivos “Confraria Poética Feminina”, “Mulherio das Letras” e “Coletivo de autoras de literatura infantil e infanto-juvenil da Bahia-CALIIB”.
ROSAS RUBRAS
Danço em torno de lobos
Vestidos em pele de cordeiro,
A dilacerarem minhas vestes de sol,
Maculando meu ventre de mãe África.
Sangro além das linhas do tempo
Rosas rubras solitárias plantadas na lua,
Escrita que transgride a profecia
Do exercício de fêmea expulsa do paraíso.
Contemplo as garras que devoram minhas vísceras,
Que insistem em florescer amor
Nas canções que embalam o crepúsculo.
Me refaço no emaranhado dos dias,
Deixando pela estrada as folhas mortas
E as cinzas que adubam as margens vazias.
CONCERTO DE CÂMARA
Transbordo em silêncios
Notas de uma partitura
Esperança que rasura a alma
Dentes da fera
a sair da jaula!