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Pablo Rezende  
É filho de dona Ilda, poeta e professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação da Rede Pública do Estado do Mato Grosso. É graduado em Letras – Português/Inglês pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Mestrando em Estudos Literários pela Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT). É autor do livro O dever e o haver, publicado pela Literata, em 2011. Têm poemas publicados em várias antologias poéticas nacionais e internacionais.

SEPULTURA
 

A Eduardo Mahon

O sol castiga a pedra mas não a apaga
O sol castiga a flor mas não a mata
O sol castiga a mão mas não a remove
Carrasco das coisas findáveis
Se é que mão
Se é que flor
Se é que pedra
Findam.

A mão que carrega o caixão
É a mesma que se despede
É a mesma que cuida da pedra
É a mesma que planta a flor
E a mesma mão também empunha a pedra sob a folha em branco 
A mesma.

Uma mulher a poucos metros
Intacta, dura e intratável
Se despede de sua mãe
Todos os dias
(teu choro silencia o sol, emudece a pedra) 
Todos os dias.

A mão carrega a flor
A flor carrega a pedra
E a pedra, se é que pedra pode ser
É sepultura
E a sepultura, se é que sepultura pode ser 
É sol 
(não aquele que castiga) 
(mas aquele que aquece) 
Testemunha ocular da saudade e do sono 
De todos aqueles que adentram a pedra.

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