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Matheus Guménin Barreto (1992- ) é poeta e tradutor mato-grossense. É autor dos livros de poemas A máquina de carregar nadas (7Letras, 2017), Poemas em torno do chão & Primeiros poemas (Carlini & Caniato, 2018) e Mesmo que seja noite (Corsário-Satã, 2020). Doutorando da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Leipzig na área de Língua e Literatura Alemãs - subárea tradução -, estudou também na Universidade de Heidelberg. Teve poemas seus traduzidos para o inglês, o espanhol e o catalão; publicados em revistas no Brasil, na Espanha e em Portugal; e integrou o Printemps Littéraire Brésilien 2018 na França e na Bélgica a convite da Universidade Sorbonne.

MIL E UMA MANGUEIRAS

(A partir de Ivens Cuiabano Scaff
E, agora, dedicado à amiga Marília Beatriz de Figueiredo Leite  - in memoriam)

As noites represadas entre os galhos
marulham, negras.
Mil e uma bocas de folhagem 
entre mangas e noites –
entre mangas e noites
alheias à cotação do dólar e às taxas de desemprego alheias
alheias à fermentação do amor nos peitos –

As noites represadas entre os galhos
marulham, negras.
Mil e uma bocas de folhagem
entre mangas e noites
sem conselhos, sem mensagens, sem poemas –
alheias.

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