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Marta Cocco 
É natural de Pinhal Grande-RS, formada em Letras, doutora em Letras e Linguística, professora de Literaturas da Língua Portuguesa na graduação e na pós-graduação da UNEMAT-MT. Faz parte do grupo de pesquisa LER: Leitura, literatura e ensino – UNEMAT/CNPq. Ganhadora de vários prêmios literários, já publicou cinco livros de poemas (Divisas, Partido, Meios, Sete Dias e Sábado ou Cantos para um dia só), dois de crítica literária (Regionalismo e identidades: o ensino da literatura produzida em Mato Grosso, Mitocrítica e poesia), um de contos (Não presta pra nada) e, com este, três infantis (Lé e o elefante de lata, Doce de formiga e SaBichões).

CARTA ABERTA

Hoje parece ser um dia igual aos outros.
Mas eu sei que não é. E sei que não sei
quando começou e onde vai dar
o dia do descanso.
É estranho o tempo do ócio entre as palavras.
Na falta do que fazer, tenho levado ao pé da letra
aquela frase sobre o princípio.
De fato, o verbo foi fazendo Deus.
Mire e veja.
No espelho da página, imagens se debatem.
Umas convencem, outras arruínam.
Mas os dias estão contados.
Do que me resta, digo: não posso distinguir
pescador e peixe
corpo e sangue
criado e criador.
No mais,
curto o vento
a rede é grande.
 

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