Marta Cocco
É natural de Pinhal Grande-RS, formada em Letras, doutora em Letras e Linguística, professora de Literaturas da Língua Portuguesa na graduação e na pós-graduação da UNEMAT-MT. Faz parte do grupo de pesquisa LER: Leitura, literatura e ensino – UNEMAT/CNPq. Ganhadora de vários prêmios literários, já publicou cinco livros de poemas (Divisas, Partido, Meios, Sete Dias e Sábado ou Cantos para um dia só), dois de crítica literária (Regionalismo e identidades: o ensino da literatura produzida em Mato Grosso, Mitocrítica e poesia), um de contos (Não presta pra nada) e, com este, três infantis (Lé e o elefante de lata, Doce de formiga e SaBichões).
O VERBO DESIDRATADO
(para Eduardo Mahon)
um verso contido
na exegese da decadência e do sucesso
não imitaria outra coisa da vida
senão a ironia do processo.
FIBRAS
(para Marli Walker)
uma bordadeira delicada
usa fios densos e ásperos
para alinhavar
ponto a ponto
em dissonante comunhão
os que se fartam de tudo
e os que padecem de pão.