Marta Cocco
É natural de Pinhal Grande-RS, formada em Letras, doutora em Letras e Linguística, professora de Literaturas da Língua Portuguesa na graduação e na pós-graduação da UNEMAT-MT. Faz parte do grupo de pesquisa LER: Leitura, literatura e ensino – UNEMAT/CNPq. Ganhadora de vários prêmios literários, já publicou cinco livros de poemas (Divisas, Partido, Meios, Sete Dias e Sábado ou Cantos para um dia só), dois de crítica literária (Regionalismo e identidades: o ensino da literatura produzida em Mato Grosso, Mitocrítica e poesia), um de contos (Não presta pra nada) e, com este, três infantis (Lé e o elefante de lata, Doce de formiga e SaBichões).
O QUE CONTA
Um e dois
talvez noite e estrela
ou água e vinho.
Um e dois
quando é beijo,
junção e desalinho.
Um e dois,
quixotescamente falando,
ou o vento ou o moinho.
Um e dois,
talvez só um
ou matematicamente dois
ou ainda,
quando um está para o outro
é possível que algum
seja nenhum.
SOBRIEDADE
Bebo
um gole atrás do outro
do rio que passa manso e convicto
no teu olhar.
Conheço um pouco de peixes
um pouco de algas
um pouco de seixos.
Bebo mais
e o mundo cresce
nas tuas retinas.
Antes de me embriagar
completamente
tateio o amor capturado
nas margens
do que me exaure e me fascina.