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Marília Beatriz de Figueiredo Leite 
É professora fundadora da UFMT, adjunta nível IV; mestre em Comunicação e Semiótica, pela PUC-SP. Ocupa a cadeira nº 2 da Academia Mato-grossense de Letras. Publicou O mágico e o olho que vê (Edufmt, 1982) e De(Sign)Ação: arquigrafia do prazer (Annablume, 1993) e Viver de Véspera (Carlini e Caniato, 2018).

ALÉM DAS LETRAS: PIXÉ

A fruição que emerge das letras da revista começa pelo título escolhido, em seguida pelos autores que tomam vez e voz e, mais para lá dos textos, as belezas dos signos visuais compostos pelo entrecruzar dos olhares debruçados nos artistas convidados e nas letras que formam a composição. Esculpidos os textos e lançadas as imagens o que emana, é ressaltar que todos esses aspectos acontecem por conta da estrutura utilizada que abarca a poética no suporte da intertextualidade.


As ilustrações são textos sobre textos, as letras compondo poemas, contos e outros são imagens jorrando nas criações dos artistas convidados. São diálogos necessários que resultam na tensão entre arte & cultura, que edificam a obra, que proclama o núcleo original e a força das diversidades e possibilidades. O existir da obra PIXÉ mostra a ascensão dos andaimes de um fazer. Assim ela foi criada pela própria necessidade da obra. No entanto, na medida em que todo ato criador inclui um fazer e todo fazer necessita de meios e processos para se executar, pertencem a toda obra criada aqui mecanismos e material de criação. A revista eleva todo material que nela está inserto. Nada nela desaparece. O que surge é a prova da tensão entre arte/cultura/natureza. Será uma intertextualidade ou o que emerge são energias que dialogam? Arte busca fala com a letra e a letra abarca a arte e a cultura. 


De sorte que os artistas/pintores trazem coloridos e por outro lado os textos sejam poéticos ou não vestem e coroam a Linguagem. Tudo é criador na PIXÉ. Ela é original por ser originária. Nas rodas desta originalidade os mecanismos são instrumentos da obra. Chegamos até ela por conta dos mecanismos que são artistas, escritores virando imagens na literatura e letras nas imagens. 


O desfile da qualidade, a prática da excelente multiplicidade sinaliza a tessitura de extremo cuidado no fazer. Portanto, descortino que esta obra ao expor ao mesmo tempo arte e literatura sobreleva a força da natureza. Ser humano sobre ser humano. Arte e cultura sobre Natureza. Aleluia Pixé e que renasça a cada número!

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