Marília Beatriz de Figueiredo Leite
É professora fundadora da UFMT, adjunta nível IV; mestre em Comunicação e Semiótica, pela PUC-SP. Ocupa a cadeira nº 2 da Academia Mato-grossense de Letras. Publicou O mágico e o olho que vê (Edufmt, 1982) e De(Sign)Ação: arquigrafia do prazer (Annablume, 1993) e Viver de Véspera (Carlini e Caniato, 2018).
MIRADA
Vamos
Qual é a mirada
Que a você enigmático
E desconhecido
Lanço?
Olho e penso
Que você grande TOPETE
Nada vê.
Foco em suas bravatas
E me sufoco quando imagino
O mal que pode gerar.
E é assim que bombas explodem
No Oriente
Desolada e desorientada
Penso nas obscuridades
Pairando no mundo
Tanto faz nas Américas
Quanto do lado dos Aiatolás
Assim não me cruzo
Com nenhum olhar
Tais poderosos estão
Em clara e profunda
Perda.
Me sinto perdida
A proximidade de uma guerra
Traz uma triste imagem de bombas
Que decepam vidas,
Que acabam com esperanças
Não existem infantes
O poder é tresloucado
E para nós
O que resta é focar
Que talvez você, enigmático e desastroso
Ser possa ainda pensar
Um pouco em nossa humanidade...