Maria Elizabete Nascimento de Oliveira
É Doutora em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT, tese intitulada: Dunga Rodrigues: uma jornalista no território da ficção (2019). Mestre em educação pela Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT, com a pesquisa que originou o livro: Educação Ambiental e Manoel de Barros: diálogos poéticos, Editora Paulinas/SP-2012. Especialista em Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas, pela Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT-Campus de Tangará da Serra (2001). Graduada em Letras/UNEMAT - Cáceres (1998). Professora da Rede Pública de Ensino de Mato Grosso, desde 1997. No momento, atuando como professora formadora da área de linguagens no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica/CEFAPRO – Cáceres/MT. Membro dos seguintes Projetos de Pesquisa: No Centro-Oeste da “MARGEM”: Cem Anos de Relações entre Cultura e Literatura em Mato Grosso (1916-2016), UNEMAT; Poética contemporânea de autoria feminina do Norte e do Nordeste, UNIR/Universidade de Rondônia.
VISÃO
Retalhos de momentos,
fixados por uma mente míope,
na insana condição de uma menina-mulher
que perdeu a lição.
A ficção está na realidade
e a realidade está na ficção.
Vejo isso todo dia e me pergunto: será em que caminho perdi esta lição?
A fome que vejo nos livros caminha por entre a gente de mãos dadas com a exploração;
A amizade e a confiança são compradas em doses homeopáticas, em farmácia.
Entregues com a seguinte advertência: acredite com moderação!
A hipocrisia e a prepotência;
a empáfia e a arrogância
de algumas personagens,
na realidade,
são os componentes vitais
dessa gente sensível feita só de verdade.
Enquanto isso, atiro o olho pela janela.
BIOGRAFIA
Desenho-me de sol,
de água e de lua,
como rascunhos
na areia do mar.
Pinto-me de amarelo
para anunciar a noite,
raios de luz a dançar na escuridão...
Faço-me de água,
contorno de obstáculos,
cachoeira de sonhos
a ecoar no meu riso...
Vejo-me lua para viver minhas fases,
faces a traçar minha passagem, sempre menina.
À deriva...
embarco sem remo,
com brilho,
de escapes,
em transição.
Feita só de rabiscos
finos e leves
a bordar a solidão.
Olho emblemas,
signos e mistérios,
desenhados fio a fio,
em casulo de mariposa,
pouco depois do milagre
da transformação.
No reflexo, o nada
da menina, nos meus olhos.