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Maria Cleunice Fantinati da Silva
Doutoranda em Estudos Literários - PPGEL _ UNEMAT . Linha de pesquisa Literatura e vida social em países de língua oficial portuguesa”. O Possui graduação em Letras com habilitação em Português e Espanhol pela Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário de Tangará da Serra, Especialização em Estudos Literários (UNEMAT) e Mestrado em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso . Professora titular do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso.- Campus avançado de Tangará da Serra/MT. Autora do Livro “Sem Poesias Sem Sentidos” 2013.

FIM DO LÁPIS... SONHOS APAGADOS

Lápis não duram para sempre. Mas queriam que durassem. Imaginem que era através do lápis que a menina se expressava. O lápis era sua boca, sua voz. O lápis desenhava no papel os sentimentos de angústias, desilusões, ainda que os palavrões fossem contidos. Não existia a liberdade expressão e a sua era cassada. Enquanto podia, o lápis pronunciava tudo que nela estava contido. “Que diabos que tanto escreve? Gasta todo o seu lápis e depois vem me pedir outro...” - Que porcaria de vida, pensava a menina. Nem sequer o lápis posso usar. “Dê aqui este lápis. Pare de gastar dinheiro escrevendo bobagens. Você já fez suas tarefas. Vá brincar no terreiro.” E a menina ia para o fundo do quintal, visitar o formigueiro. O formigueiro era a casa da “Marjori”. Imaginava que possuía a amizade de uma formiga... “Marjori”, assim a chamava. Somente sua imaginação poderia identificar uma única formiga no meio de tantas, naquele formigueiro. Como queria ser uma formiga, enterrar-se por inteira e conviver para sempre com sua amiga... Mal sabia ela que sua amiguinha era uma operária. Que formigas não são livres. Enquanto observava o vai e vem das formigas seus pensamentos viajavam. O silêncio a recompunha e uma paz interior a conduzia para bem distante de seu mundo atormentável.  Horas e horas, a menina ficava sentada no chão, traçando linhas com um galho seco escrevendo seus sonhos que seriam apagados pelo vento, pela chuva ou por um grito: ANGELIIiiiiiiiiiiinaaaa... “Que idiotice está fazendo que não percebeu que já anoiteceu? Vem tomar banho logo, ou ....

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