ALELUIA

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Não há em toda a cidade (talvez hoje)
nada mais sorridente do que a minha rua

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O dia chegou ao fim
está quase morto e no entanto
tudo está muito vivo e exultante
prevalece o azul despido de nuvens
(não há ninguém a sorrir mais alto)

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Cada instante decorre numa sucessão
de gargalhadas de sol e árvores
roçando telhados e muros
e na sonora prosa dos passarinhos
em cada galho que brota dos troncos

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A simples vista revela a oferta:
há milhares de folhas (de alegria tinindo)
e tão muitas são as flores que ao ar se abrem
e as abelhas que voltejam em torno delas
(com o mel lhes fervendo no sangue).