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Luciene Carvalho

Escritora, poetisa e membro da Academia Mato-Grossense de Letras

Enfim, sim
São duas chapas!
Qual a mais apta?
É mais do que isso,
É um marco
De um tempo novo:
Uns pensam
Na Casa Barão
Pros jovens
Pro povo
De Mato Grosso.
Os outros
São a continuidade
Da Casa que existe na cidade
Mas pouco vê
Do tanto
Que Mato Grosso 
Quer nos saber.
Não me importa
Quem vai vencer...
Já passou 
Pela porta
O plural.
Já foi renovado
O que seja
Ser imortal.

RÉQUIEM PARA OS VELHOS TOTENS

E eu bati,
Eu bati na pedra,
Ela só me cortava
As mãos
Não viravam sonho ou arte

 

E eu bati,
Eu bati na porta,
Ela não se abria,
Não ouvia meu chamado,
Muda

 

E eu bati
Eu bati em velhos pergaminhos
Eles continuavam secos
Avessos a novos caminhos
Poeira

 

Minhas mãos
Sangram cansaço
Pelo tempo
E pelo espaço
Ocupado,
Pelo que -ultrapassado-
Segue surdo

 

Totens de velho milênio
Seriam cegos
De apego
Ao que não gera frutos?

 

A renda
O sócio
O negócio
O trabalho imenso
Para que tudo
Se mantenha
Com a mesma 
Velha senha.

 

Minhas mãos
Não têm poder algum
E essa - talvez-
Seja minha qualidade predileta,
Não trago nelas
A qualidade do obtuso,
Apenas assino
-vez a vez-
Os poemas que escrevo
Porque sou poeta.

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