QUIMERAS RADIOATIVAS 

O que é a nossa luz colorida
Se não um inalcançável sonho?
Uma vida larga
Congestionada sob o giro orbital dos satélites?

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O que é essa cor
Se não reflexões infinitas reflexões?
Uma dança de rua
Onde ironicamente girando a gente bota o corpo 
pra dar e pra vender
pro que der e pro que vier

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Do que sei é que 
Me acertou em cheio a ideia prática da realidade
Fecundado
Espírito radial
Com seu cheiro de terra aguada
Quando desceu a beiro do abismo chuva naquele chão 

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Já agora, tão cedo e nessa enorme luta-cidade
Não mais naquela do interior mato-grossense
Liquidez
Desilusão explodida pela ausência das árvores 
Uma nuvem já não se enche mais de água

Nessa capital nada é como lá
Não tem a ponte que me levava pra chácara do vô Chico
Ouvir histórias de suas viagens pra Bolívia
Lá sim o delírio era possível
Nessa capital, o tempo não se sustenta
Nessa capital a gente vive de piedade 
Enquanto engole sirenes de Ambulâncias desgovernadas 
Fumaça enquanto anda na rua
Gases que nos tornam mais brasileiros

entorpecem mulheres, homens e aves

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Constam nos dados oficiais: 

está também escrito nas estrelas
essa vida-modelo que a gente 
nesse
espaço vive
é indefensável
ou contar de uma só vez: percebe que é