Lucas Lemos
É nascido em Juína-MT. Fotógrafo, acadêmico de Letras na UFMT, ator e diretor no Cena Livre de Teatro. Lançou de forma independente, em 2019, seu primeiro livro de poesias, “Nossa Alegria Triste”.
ME AME, MAS NÃO TANTO
Não sei se as palavras
Que tento expressar pensamentos
são verdadeiras
Manifestam o que tá aqui?
Não sei se alerto a menina
À dobrar a esquina
Que a alegria de que tanto se fala
da avenida é Vertiginosa
Que há perigo na esquina
Como Elis e Belchior cantaram até o fim
Você gentilmente bateu na minha porta
Quem é? Indaguei olhando sua boca rósea deserta
Respondeu:
Carnaval!
Após: sorrateiro.
Após: festivo.
Apos: só mais um desbrincar poético...
À mesa, o doutor espalhou: “Não sei que problema tem dois homens! Façam o que quiser, só se cuidar!”
Apenas de pouco em pouco tempo aparecem
homens como esse por aqui
seu doutô!
mas, não sei...
não sei se as palavras
que tento expressar pensamentos são verdadeiras
não sei...
As palavras são além do interior e do exterior
Elas estão, meu amor, entre a gente, além do que faz sentido
Num abraço, no lixo, na folia, na paixão inesperada na loucura de um sorriso angustiado, numa lágrima de respiro, no dom da esperança
A palavra é estranha, é como um convite abstrato
E no fundo só mesmo o corpo pra saber das angústias que se sente
Por isso amado:
Joga o seu corpo no meu
Mas não me ame tanto!
Me dê espaço desses seus cabelos de bananeira pra me amar também! Me olhar no espelho e ter coragem maturidade pra parar de fumar
“Repetir eu sou capaz, até que dê certo”
Por mim mesmo, sabe?
Sem me perder nesse teu olhar nesses seus olhinhos por aí... pelo samba...
Joga seu corpo no meu
Vem!
A gente monta com os nossos pedaços
Um corpo platônico cheio de razão!
Qualquer coisa que há além do material significante
Qualquer coisa que se encaixe em nossas
largas
fronteiras
Um platonismo exótico
Permissivo
Bufão
Além
Dessas nossas sentenças