Lobivar de Matos
Foi poeta, cronista, jornalista e advogado.. Nascido em Corumbá em 1915, faleceu em 1947. Um dos primeiros escritores que seguiu o estilo moderno de fazer poema, sem a métrica parnasiana que era francamente majoritária em Cuiabá. Publicou “Areôtorare: poemas boróros” em 1935 e “Sarobá” em 1936.
Por influência do meio, os imortais e os mortais do norte e do centro produzem quase nada literariamente falando. São vítimas do ambiente. Preguiçosos, indolentes e sem estímulo dos ventiladores que são as nossas ridículas igrejinhas literárias, vivem dormindo numa inércia impressionante. É claro que há exceções. Um poeta bororo, que faz parte da nova geração, há pouco tempo me obrigou a observar um fenômeno literário de grande importância para esta síntese: o atraso dos acadêmicos e dos sapos da Academia. Disse-me o poeta: ‘Menino: parece mentira, mas não entraram ainda nem no Romantismo...’ De fato, a observação do poeta é exata. Não digo que ainda não chegaram no Romantismo. Isto de chegar, já chegaram. Não conseguiram avançar mais. Nenhum milímetro. Isto sim.
Trecho extraído da Carta Aberta aos Editores de Pindorama – Revista Pindorama, 1939, n.03, P. 08