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José Pedro Rodrigues Gonçalves
É médico, escritor e poeta que observa com rigor o que escreve, numa demonstração de responsabilidade pela qualidade quase poética daquilo que produz. Em Tragicomédicas, seu primeiro livro, resgatou as histórias de seu tempo de estudante de medicina no Rio de Janeiro e de parte de sua vida profissional em Cuiabá. Em Bauxi reconstruiu poeticamente a cultura rural do interior de Mato Grosso em meados do Século XX. Em sua terceira obra assume o lado cientista, em um livro de textos que trata do cuidado com a vida. Da Cura para o Cuidado apresenta uma nova forma de olhar a atenção à saúde, lançando luz sobre as vulnerabilidades humanas, locus originário do adoecer humano. Agora, em Lavapés, resgata um Bairro esquecido, um dos berços da cultura, das artes e do esporte em Cuiabá durante o Século XX, mostrando a origem real do seu nome, a fonte que, embora aterrada pelo asfalto, ainda permanece em silêncio, aguardando o seu ressurgimento naquela mesma esquina. 

OS SAPOS DE BANDEIRA

O sapo no papo
Do papagaio
No galho  
Ou no balaio...
Caio no orvalho,
Na baba do sapo
Que acaba me babando,
Eu sapeando o bando
De sapos.
Sapatos de sapos
São patas no mato
Palmilhando fatos
Que retrato
Nos textos,
No ato em contextos,
Pretextos,
Protestos do sapo
Empresta o tacho,
Tá ocupado, 
empresta o tacho,
Tá ocupado,
Empresta o facho,
Tá queimado...
Sou um sapo sem sapato,
Perdido no mato,
Buscando Bandeira, 
não o encontro...
confronto o poema
do sapo manuelino,
um sapo grã-fino
que ganha um poema,
um estranho tema,
mas Bandeira só pode
falar do que queira,
de sapo que pula,
de sapo-boi, 
sapo cururu 
ou qualquer perereca,
levado da breca
Manoel pode tudo,
Até plagiado,
Quase copiado 
Por um poeta bicudo,
Mas sapo tem licença
Do Ibama e da SEMA,
Até da poesia, com tanta alegria
Escrevo este texto
Fora do contexto
Só pra aplaudir
O sapo poema 
De nosso poeta, 
Que rompe a fronteira
Do tempo e do espaço, 
por isso é faço
este sapo Bandeira.

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