![29.jpg](https://static.wixstatic.com/media/dd13ef_b526f03523854997b2a8e5913c1ff40c~mv2.jpg/v1/fill/w_56,h_68,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/dd13ef_b526f03523854997b2a8e5913c1ff40c~mv2.jpg)
![flavia-ferrari.jpg](https://static.wixstatic.com/media/dd13ef_1e615cbd06584d57a0a984e0b0ec2c19~mv2.jpg/v1/crop/x_1,y_0,w_289,h_290/fill/w_221,h_222,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/flavia-ferrari.jpg)
Flavia Ferrari (Santana de Parnaíba/SP)
É escritora e poeta. Escreve contos infantis desde 2014. Estreou na poesia em 2020, no início da pandemia. Teve poemas publicados pela Escrita Cafeína e pela Toma Aí Um Poema (menção honrosa). É mãe, professora e mantém um relacionamento amoroso sério com a poesia.
DEPOIS DA CHUVA
A minha alma lavada
repousa em um varal
de corda bamba
em que o peso e o acúmulo
de águas passadas
tocam o solo
enquanto o vento se funde
à substância
e leva...
FRESTAS
Há frestas por onde o sangue aflora
e o excesso escorre
e que cicatrizam
Há frestas que revelam
fragilidade
e uma ruptura iminente
Há frestas que acusam
um passado negligente
futuro incerto
Há frestas que orientam
que contam histórias
e aguentam
Há frestas que não cicatrizam
endurecidas
por onde só passa o ar
imperceptível
Há frestas invisíveis
que só se mostram na claridade
e somem quando chegam as sombras
Há frestas por onde brotam
elementos vivos
quando já não mais acreditamos
e resistem