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Dante Gatto

Nasceu em 1957, natural de São Paulo, capital. Foi bancário até 1996. Aposentou-se como Professor da Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT. Escreveu peças de teatro: Os vencidos (1985); A noite dentro da noite (1986); A Criação literária (1988); Amar, verbo intransitivo - adaptação (1995); Retorno ao futuro: a semana de 22 (1996) e A voz do povo: 500 anos de história (2000). Publicou livros de poemas: Poesias (1980); Unimultiplicidade poética (2005) e A Ferida e outros poemas (2015) e um livro de metodologia científica: Metodologia da Pesquisa (2017).

PARNASIANINHA

Quando a velha memória, de repente, 
Escolhe alguma coisa pra lembrar 
Ela conversa com a saudade, sempre, 
Mas não é para nos castigar. 

 

Porque a saudade é sim conivente 
Com o amor que sempre tem lugar 
Em tudo que vivemos, simplesmente, 
Porque não vivemos sem amar. 

 

Memória, lembrança, saudade, amor 
Com o tempero agridoce da dor
Constitui nossa certa incerteza

 

A que chamamos de felicidade,
Composto de estranha propriedade
Da alegria combinada à tristeza.

SONETO AO SONETO

 

Ao sentir que me perco estremeço e 
Fatigado de tudo me recolho
ao mar sujo de dúvidas que colho...
Só o fim, porque nunca há começo.

 

Quando, afinal, me perdi? E esse abrolho
Imundo que me tornei e mal conheço
Só me indica que assim mereço
Da triste escolha de ser um escolho.

 

Porém, na descrença da apostasia 
Tenho ainda o conforto da poesia
E encontro forças para um poemeto.

 

O equilíbrio me traz vaga alegria.
Administro a revolta, a rebeldia
E me surge das trevas um soneto.
 

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