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Danilo Fochesatto

Possui graduação em Tecnólogo em Processamento de Dados pelo Centro Universitário de Várzea Grande (2002) e Bacharelado em Direito pela Universidade de Cuiabá (2016), devidamente inscrito na OAB, seccional Mato Grosso. Tornou-se, em 2013, servidor da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e, a partir de 2015, passou a atuar no Escritório de Inovação Tecnológica - EIT. Atualmente é mestrando do PROFNIT - Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação.

AMPHIBIA

Quando saímos d’água, escorregamos sem dificuldades por debaixo de uma porta. Ficamos naquele lugar porque lá tinha tudo que precisávamos. Lá, tudo era possivel, exceto a ilusão. Refinamos, portanto, nossos hábitos crípticos e inventamos nossa própria mitologia: a metamorfose. Ali, nos bastidores da humanidade, defendemos nossos interesses demagogos, nossas adaptações fisiológicas. Com o tempo, mais girinos desengonçados vieram e, como tinha de ser, tudo se repetiu ad nauseam. Até que um sentimento de perseguição começou a nos espreitar. Tivemos de aprender a prender a respiração por um longo tempo. Foi quando percebemos que em lugar fechado as vozes são presas fáceis. Daí paramos de nos multiplicar. Viramos um grupo bagunçado, estagnado, condenado. Éramos os últimos da fila. A confirmação dos limites da realidade. Um dia tentamos voltar, mas não conseguimos. Queríamos ir embora para casa, mas havíamos engordado demais e não passávamos mais pelo vão. Fica difícil sair do labirinto se você tentar ser maior que as paredes. Sem alternativas, tivemos de envelhecer, para sempre, naquele lugar. Lá, onde uma porta jamais abriu. 

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