Cristina Campos
Doutora em Educação (USP, 2007); mestra em Educação (UFMT, 1999); especialista em Língua Portuguesa (UFMT, 1989), Semiótica (UFMT, 1995) e Semiótica da Cultura (UFMT, 1996). Professora aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pelo IFMT – Campus Cuiabá. Ocupa a Cadeira 16 na Academia Mato-grossense de Letras. É autora das seguintes obras: Pantanal mato-grossense: o semantismo das águas profundas (Cuiabá: Entrelinhas, 2004), Conferência no Cerrado (Tanta Tinta, 2008), Manoel de Barros: o demiurgo das terras encharcadas (Carlini & Caniato, 2010), O falar cuiabano (Carlini & Caniato, 2014), Bicho-grilo (Carlini & Caniato, 2016) e Papo cabeça de criança travessa (Tanta Tinta, 2017).
Lua nova é o cílio perdido de um Deus bonito
sorrindo a boiar pro espaço infinito.
DENOREX
Se liga Wolf,
picadinho com creme de leite
não é strogonoff.
Se toca Rai,
poema de três versos
nem sempre é Haicai.
Copia, Vicente:
lambe-lambe está pra pichação
assim como a tela está para o grafite.
Burocracia são monstruosas esculturas aleatórias de papel
congeladas no sombrio pátio de uma Górgona bizarra.
Nem esquerda, nem centro, nem direita,
nem suas bizarras extremidades:
nada que seja partido –
Consciência não pede adjetivo.
Impulso forte do chão,
pulso firme para o alto,
planar e contemplar o panorama
com olhos-de-águia.
Na paz, o ser íntegro –
Um em Om.
Aho!
Varador
é um túnel de folhas.