

Ademir Pinheiro
É cuiabano de “tchapa e cruz”, arquiteto, serralheiro e “tocera” em outras áreas, mixtense e vascaíno incurável. Passou pela Escola Modelo, Escola Técnica até que arquitetou-se no Rio de Janeiro.
CONTINUA
Mudaram os dias
Mudaram as esquinas
Trocamos de copo
Mudaram os amigos
Mudaram as meninas
Trocamos de primas
A cadela morreu
Já não se brinca mais
Mudou o gosto
Mudou o rosto
Mudou o Agosto
Está mais calmo
Calvo talvez
A paisagem mudou
A estrada mudou
O palco mudou
A conversa mudou
Nem se falam as ideias
Mudou a casa, mudou a rua
Mudou o estado, não mudou o governo
E o nosso bom Deus de cada dia?
Esse não muda, mas mudaram o rio
Agora ele morre
Mudou a escrita, mudou o papel
Mudou o cenário e tudo continua novo
Nenhuma fratura exposta grave
Ninguém viu
E tudo continua