

André Siqueira
É poeta residente em Jacareí, interior de São Paulo. Já publicou poemas em várias antologias, revistas, jornais e sites de literatura. Publicou de forma independente dois livretos intitulados “Quase Ontem” e “As manhãs fechadas”. Cursou a faculdade de Letras, porém sem concluir e atualmente faz Pedagogia, além de participar de eventos literários, oficinas de poesia e demais trabalhos.
A MADONA SORRI
Coro de câmara.
A girl like you, não que eu me lembre.
Deixo as guitarras de Johnny Marr
reboarem fulgência asilada, lustral
ao alento dissecado.
Do teu vídeo, um enjambement
és pulquérrima sem ser mesto
distanciada a repetição enfadonha.
Porque há o pedestal com a inscrição:
responda. Asperjo a tábua de salvação
onde arranho-me absorto em ti,
no firmamento das dioceses por que
adornas à beça.
Anuvia-me, pode ser, e largo esta cara
tipo whats, facebooks às contusões em gifs.
Do meu pior adverso verso a preposição
infeliz aterrissa - em teu aeroporto vagueio.
Por onde anda? Corro para o coro de câmara.
Levei um coro.
Marr e a girl like you.
Sepulto-me entre a insolação e o afogamento
que me causas no litorâneo arraial em
braços abertos de apreciada madona.
A SUPERSTAR DE PUCCINI
assiste ao Arte 1
toma pra você, peço
enrola, embrulha e planta
no coração - ama e escreve
seu Hermafrodito de quatro
a canção ensaia sua entrada
claro-escuro para tremer tudo
que não pode escapar de você
música de câmara e seu
corpo... para o sábado à noite
o programa serás
mergulha esse punhal
nada disso, diva
longe e longe, há muita
areia e neblina
sob pilares do museu,
não te ver, te ver oui!
Puccini tomas e cantos e
cantos depois
como desejei
agora surges:
querido evoquei-te:
a música fez-se
eu que aprenda a levantar
um surto
“bravo!”
quase não te movimentas
apenas infindável
entrada franca
saída altíssima no fim
operístico
sou o último da fileira
gelado e mais vivo