André Siqueira
É poeta residente em Jacareí, interior de São Paulo. Já publicou poemas em várias antologias, revistas, jornais e sites de literatura. Publicou de forma independente dois livretos intitulados “Quase Ontem” e “As manhãs fechadas”. Cursou a faculdade de Letras, porém sem concluir e atualmente faz Pedagogia, além de participar de eventos literários, oficinas de poesia e demais trabalhos.
BEM QUE PODERIA TER UM ARCO-ÍRIS PELA MANHÃ
Entrou. Pediu. Tomado.
Quis ser um samba do Nelson Sargento
pra socar na cara do amor brabo
e melado. Dito o engano, passou
batido em decúbito dorsal escalavrado.
Sambaram na cara.
Riu-se.
Não tinha dinheiro pro pingado.
MEIA NOITE
A demora do ônibus cansa-me
nesse pensamento brusco.
A sanidade quer bis cerrado bêbado,
e quando presente: impossível.
Enveneno o elevador onde estavas.
Imaginário corpo também reaparece.
Neste lance, eu consumo o couro
surrado e parvo - durmo contigo
diariamente.
Um botijão prestes a cantar
na beira de rio, margem da
coluna deteriorada.
Há sopro, a partir do odor só
sorrisos para mim, que passa
obscuro.
Desvesti o tempo, todavia apalpei
a massa possessa desprendida
do espelho completo.
Agora afago o tremor das mãos
com seus drinques de jazz anoitecido.