Aclyse Mattos
É escritor, poeta e professor da Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT. Livros publicados: Motosblim: a incrível enfermaria de bicicletas (infantil – 2019) O sexofonista (contos - 2018), Sabiapoca – Canção do Exílio sem Sair de Casa (infantil – 2018), Festa (poesia – 2012), Quem muito olha a lua fica louco (poesia – 2000).
LUA DA PANDEMIA
Lua que no alto
aqui do meu quarto
prateia a cama
prateia a alma
prateia os corpos
Lua que enquadrada
nesta madrugada
perambula alheia
pela praça cheia
de um vazio nada
Lua das promessas
musa das janelas
bem além dos prédios
removendo o tédio
ao sopro da Paixão
Lua que em seus raios
- pálidos reflexos –
pranteia as almas
pranteia os corpos
pranteia o Tempo
Lua que prateia o pranto
Nós aqui de perto
nunca estamos prontos
semelhamos tontos
que como andorinhas
periquitos, tordos
voam pelas linhas
caminhos do céu
Sejamos humildes
como os outros bichos
que uivam pelos cantos
por sua beleza
ao som dos quatro ventos
Lua que do alto
aqui no meu quarto
prateia a cama
prateia a alma
prateia os corpos
Que não vem da Ásia
Que não vai embora
Fica dando voltas
esperando a Aurora
de uma Nova Era